domingo, 6 de fevereiro de 2011

Vereadora pede criação de centro de atendimento a vítimas de violência

                ATVC     CAMPO LIMPO PAULISTA
            

                   DIRETO DA REDAÇÃO






Campo Limpo – A Câmara Municipal de Campo Limpo Paulista aprovou, por unanimidade, moção de apelo, de autoria da vereadora España Perrino Hurtado (PSDB), no sentido de que seja criado, no município, um Centro Especializado de Atendimento às vítimas de violência doméstica e familiar.

De acordo com ela, a medida se justifica pelo fato de ser grande o número de atos de violência dentro de casa, não só no município, mas em todo o país.

Ao defender a instação de uma unidade de atendimento às vítimas, España argumenta que, por meio de uma equipe multidisciplinar, essas pessoas seriam orientadas sobre como proceder em situações de abuso, e também estimuladas a denunciar atos de violência aos órgãos competentes.

No entendimento da vereadora, “a violência doméstica e familiar não se trata apenas de um problema de segurança pública, mas é também uma questão social, cultural e de saúde”.



Condições financeiras



As mulheres vítimas de violência doméstica na América Latina se submetem aos maus-tratos porque não dispõem de condições financeiras para sobreviver sem a ajuda dos companheiros, maridos e namorados. No Brasil, 24% das entrevistadas disseram que, apesar das agressões que sofrem, não se separam porque não têm como se sustentar. Uma em cada quatro brasileiras sofre com a violência doméstica. A cada 15 segundos, uma mulher é atacada no Brasil.

A conclusão é de um estudo da organização não governamental (ONG) Centro pelo Direito à Moradia contra Despejos (Cohre), intitulado Um Lugar no Mundo. A ONG tem sede em Genebra, na Suíça. O estudo mostra que, na América Latina, os índices de violência doméstica são elevados. A pesquisa informa que, na região, de 30% a 60% das mulheres sofreram agressões.

O relatório analisa a questão da violência contra a mulher no Brasil, na Argentina e na Colômbia. Nesses países, o estudo informa que a “falta de acesso a uma moradia adequada, incluindo refúgios para mulheres que sofrem maus-tratos, impede que as vítimas possam escapar de seus agressores”. Segundo o documento, “a dependência econômica aparece como a primeira causa mencionada pelas mulheres dos três países como o principal obstáculo para romper uma relação violenta”.

No Brasil, 70% das vítimas de violência foram agredidas dentro de casa e, em 40% dos casos, houve lesões graves. Das mulheres assassinadas no país, 70% sofreram agressões domésticas. A ONG informa ainda que esses problemas afetam, principalmente, as mulheres pobres que vivem em comunidades carentes.

A maior parte das vítimas não exerce atividades profissionais fora de casa. No Brasil, 27% das entrevistadas disseram que se dedicam ao lar. Na Argentina e na Colômbia, 25% das mulheres se declararam como donas de casa. Algumas delas afirmaram que não têm outras atividades profissionais por desejo dos maridos, companheiros e namorados.

“O direito à moradia adequada ultrapassa o direito de ter um teto sobre sua cabeça. É o direito de viver em segurança, em paz e com dignidade. É obrigação do governo assegurar esse direito às vítimas de violência doméstica”, diz a responsável pelo setor de Peritos sobre as Mulheres da ONG Cohre, Mayra Gomez. “Por muito tempo, a relação entre violência doméstica e direito à habitação tem sido negligenciada pelos políticos. É tempo de os governos da América Latina corrigirem este erro.”

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